A Filosofia, como conhecemos,
teve origem na Grécia Antiga como resultado de uma intensa mudança de
pensamento.
A Filosofia, como conhecemos,
teve origem na Grécia Antiga como resultado de uma intensa mudança de
pensamento. Desde o seu surgimento, em Mileto no século VI a.C., e do
aparecimento da palavra “filosofia”, que Cícero e Diógenes atribuem a
Pitágoras, muitos filósofos tentaram responder à pergunta sobre o que é a
Filosofia. Além desse trabalho de investigação constante acerca da natureza da
Filosofia, há também uma diversidade de temas e de preocupações que os
filósofos tentam responder.
Vejamos abaixo dez tópicos
fundamentais para saber sobre a origem da Filosofia:
1) Embora tenha havido
expressões de conhecimento no Oriente e na África, a maior parte dos
historiadores considera que a Filosofia entendida como um conhecimento racional
e sistemático tenha se iniciado na Grécia. A defesa parte da própria natureza
dos conhecimentos produzidos até então, ainda ligados de alguma forma ao saber
religioso. Essa defesa, no entanto, tem sido recentemente contestada.
2) A Grécia Antiga era formada
por um conjunto de cidades-Estado (pólis) independentes que podiam
ser, em alguns casos, até mesmo rivais entre si.
3) Mesmo que a Grécia não
fosse uma unidade em termos de território e de pensamento, há algumas condições
que propiciaram que fosse ali o surgimento da filosofia: a poesia, a religião e
a política.
4) Um longo processo,
determinado por esses fatores, promoveu uma mudança na mentalidade grega. A
religião grega, tanto a pública, como aquela referida como “a religião dos
mistérios”, era não dogmática e permitia que os filósofos expressassem suas
ideias. A poesia, buscava uma causa nos acontecimentos narrados e isso denota
uma preocupação em compreender a realidade. A política, que se desenhava a
partir daquilo que viria a se chamar democracia, dependia do discurso e da
explicação racional das ideias. O comércio, que se desenvolvia, permitiu tanto
o contato com outras formas de pensamento, como também propiciou a invenção do
alfabeto, da escrita alfabética e do calendário, de forma que começou a moldar
na mentalidade do homem uma maior capacidade de abstração.
5) A partir do final do século
VII a.C., os homens e as mulheres não se satisfaziam mais com uma explicação
mítica da realidade. O processo de transformação e de criação envolvido no
desenvolvimento de técnicas levou ao questionamento a respeito do universo, se
ele também não respondia a um processo semelhante. Por isso, alguns
historiadores da Filosofia, como Marilena Chauí e Maria Lúcia Aranha, concordam
que é entre o final do século VII a.C. e o século VI a.C. que surge a
Filosofia.
6) É em Mileto,
situado na Jônia (atual Turquia), no século VI a.C. que nasce Tales que,
para a Aristóteles, é o iniciador do pensamento filosófico que se distingue do
mito. No entanto, o pensamento mítico, embora sem a função de explicar a
realidade, ainda ecoa em obras filosóficas, como as de Platão, dos
neoplatônicos e dos pitagóricos.
7) A autoria da palavra
“filosofia” foi atribuída pela tradição a Pitágoras. As duas
principais fontes sobre isso são Cícero e Diógenes
Laércio. Ambos fazem uma narrativa parecida: Pitágoras teria sido
interpelado pelo tirano de Fliunte sobre o nome de sua atividade ao que ele
respondeu “filósofo”, isto é, amigo da sabedoria (junção das palavras gregas
“philo” e “sophia”), pois, para ele, apenas os deuses poderiam ser realmente
sábios.
8) A fonte na qual Cícero se
baseia para escrever sobre Pitágoras é Heráclides Pontico, discípulo de Platão,
mas que era também influenciado pelos pitagóricos. No entanto, não se sabe da
veracidade a respeito dessa informação. Como nota Ferrater Mora que também
observa que não é possível saber se “filósofo” para Pitágoras significa o mesmo
que significaria para Platão ou Aristóteles.
9) No momento em que se começa
a praticar a filosofia como atividade, a Grécia também testemunha o
aparecimento dos sofistas. Os sofistas não se trata de uma escola filosófica,
eram professores itinerantes que ensinavam jovens, mediante pagamento, a arte
da oratória.
10) Para a história da
filosofia ocidental, o filósofo Sócrates tem grande importância. A forma como
ele entendia a atividade de filosofar e a sua investigação a respeito do humano
apresenta uma inovação em relação aos outros filósofos, entre eles Tales e
Pitágoras, que ainda tinham como centro de seus pensamentos a preocupação a
respeito da origem do universo e outras questões relativas à natureza. Por
isso, esses filósofos são chamados de “pré-socráticos”. Os filósofos gregos que
vieram depois de Sócrates, e alguns foram mesmo seus alunos, como Platão, são
chamados de “pós-socráticos”.
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