Alice no País das
Maravilhas tem vários recados a dar ao mundo, mas vamos a três delas apenas:
Bom…
Em um momento da
história, Alice conversa e pergunta para lagarta:
“Como eu posso
crescer?”
Então, a Lagarta
respondeu:
“Alice, coma o
cogumelo! porém, um lado do cogumelo serve para crescer e outro lado serve para
diminuir!”
Alice olha para o
cogumelo e não vê nenhuma marcação no cogumelo. E então, Alice, pergunta,
novamente:
“Como sei que um lado
cresce e de outro diminui?”
E assim a lagarta se
mandou! Alice então estende os braços, tira um pedaço de cogumelo de um lado e
tira de outro, e ela percebe que de um lado crescia e de outro diminuía.
Mas, o que isto tem a
ver conosco? Quem é o cogumelo?
O cogumelo representa o
MUNDO! O mundo sem DEFINIÇÕES, sem MARCAÇÕES.
O cogumelo não tem
marcação de lados, portanto, diante de um mundo sem definições, Alice, DÁ UMA
DEFINIÇÃO PARA O MUNDO E VIVE DE ACORDO COM A DEFINIÇÃO QUE ELA DEU. Esta
passagem do cogumelo mostra que ele não tem demarcações, sinais que apontam uma
direção, uma flecha que diz que aumenta e diminui, o cogumelo é neutro,
portanto, cabe a Alice construir as convicções e viver de acordo com elas.
O mundo não está pronto
objetivamente, não há nada no mundo em si que o defina! mas somos nós que
definimos o mundo, já que não há critérios que digam o que é certo ou errado no
mundo, pois quem constrói os critério sé cada um dos seres humanos.
Portanto, o cogumelo
Mundo, mostra que não existe uma caixinha mágica dizendo por onde ir, não há
critérios objetivos pra julgar a realidade ou critérios morais objetivos pra
dizer se isto é bom! Não há nada natural, na natureza não tem nenhum recado
mágico, nenhum mosquito poderoso pra dizer no nosso ouvido o que fazemos e por
onde devemos ir. Enfim, como não tem essa direção, Alice definiu o que ia
viver.
Outra passagem da
história que me chamou a atenção é o diálogo entre o Gato e Alice, aliás, o
Gato se expõe de ser o ÚNICO SER CONSCIENTE daquele mundo, então, o Gato é o
único ser que sabe quem ele é!
Tem uma cena em que o
Gato está parado numa árvore, e então, Alice, pergunta:
“Para onde devo ir?”
Gato responde:
“Eu não sei! depende:
pra onde você quer ir? Se você não sabe qual lugar onde você vai, pra qualquer
lugar você pode ir. Por este lado você encontra a lebre de março e por outro
l.ado você encontra o chapeleiro, os dois são loucos!”
Alice responde:
“Mas eu não quero achar
gente louca!”
O Gato responde:
“Você não pode evitar!
todos aqui somos loucos!”
Quer dizer: Não há um
fundamento racional ou lógico na construção que fazemos do mundo, a construção
que fazemos do mundo é arbitrário e racional.
Numa outra passagem
Alice encontra a rainha de copas e num certo momento convida-a para jogar
croquetes. Elas começam a jogar, mas Alice, percebe que quando ela vai bater na
bolinha, percebe que o taco era um flamenco e quando bate o taco, desobedece, e
sai da direção da bolinha. Já a bolinha era um bicho (furão), mas quando vai
entrar no buraco, ele muda de direção e isto acontece com as argolas, também. E
então, Alice percebe que todos estes bichos não tem comportamento igual com
todos, no fundo o jogo todo era organizado para a rainha de copas vencer e
assim o jogo acaba sendo injusto, a rainha tem privilégios no jogo que lhe dará
a vitória, mas por que ela tem estes privilégios? Por que ela é a dona do jogo!
a poderosa! a dominante do jogo! ela tem o poder de cortar as cabeças! Como ela
tem poder, então define o jogo, mas SÓ ALICE PERCEBE QUE O JOGO ERA INJUSTO.
O que podemos aprender
com isto?
O jogo de croquetes é
apenas uma representação do que acontece na realidade, ele é uma miniatura do
que acontece na vida cotidiana, pois o mundo que vivemos é um grande jogo! Ele
tem regras, instituições, alvos, mas a nossa sociedade não é justa com todos os
jogadores. E nós temos a ilusão que estamos submetidos as mesmas regras, somos
iguais, mas no fundo os dominantes da sociedade controlam o conhecimento, as
instituições, que manterão seus filhos como dominantes do jogo.
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