quarta-feira, 25 de março de 2020

O bem e o Mal

Dizer que a maldade " é a ausência de Bem" não significa que o mal está onde o Bem/Deus não está - isso é uma interpretação vulgar e incorreta, que muitos de vocês aprenderam na escola ou na internet. Significa, pelo contrário, que o mal não tem substância, como explicado no vídeo.


De acordo com o que já estudamos e o conteúdo da vídeo-aula responda a questão a seguir.


1) Um acontecimento natural pode ser considerado bom ou mal? Por quê?


2) A natureza faz o bem o tempo todo?


3) É possível que ninguém goste de algo que é bom?


4 ) O bem e mal são entendidos por todos igualmente?


5) Para avaliarmos se algo é bom ou mau, o que é mais importante: Pensar ou sentir?




Livre Arbítrio ( Como ser livre? )

"Pois é sempre entre o limite e a possibilidade que encontro o tamanho exato da minha ação."


De acordo com o que já foi estudado e com a vídeo-aula a seguir, responda em seu caderno as seguintes questões: 

1) É possível sentir-se livre em meio a regras?

2) A liberdade depende de condições para se realizar? 

3) A liberdade depende de aceitações sociais? 

4) Podemos nos prender à liberdade? 



Realidade e aparência

A aparência é um dos elementos com os quais  entramos em contato para perceber a realidade. 

De acordo com o que já estudamos juntos em sala e a vídeo-aula a seguir, responda em seu caderno as seguintes questões. 

1) Somente as aparências enganam? Justifique. 

2) O pensar contribui para diminuir os enganos?

3) Como fugir de um engano?


Fonte da pesquisa: https://www.youtube.com/watch?v=JXhOyuXazXo

Admirar e Filosofar sobre a natureza

A admiração é um atributo do ser humano. Nós admiramos aquilo que criamos, mas antes ainda, admiramos a natureza. 

A seguir apresentamos dois filósofos da natureza, conhecidos como pré-socráticos e que foram discípulos de Tales de Mileto. 

Depois de concluir a vídeo-aula responda as questões em seu caderno. 

1) Esses dois Filósofos pensavam de forma diferente a respeitos dos mesmos assuntos. Identifique quais as divergências existentes no pensamentos de cada um. 

2) Por que esses Filósofos eram considerados, filósofos da natureza? 

3) Você considera que o pensamento desses Filósofos ainda influenciam os nossos dias? Justifique suas ideias.  

Fonte de pesquisa: https://www.youtube.com/watch?v=SP_2_jtEcAc

terça-feira, 24 de março de 2020

Papa se solidariza com epidemia do coronavírus

O Papa Francisco se solidariza com todos os doentes por conta do Novo Corona Vírus, reza para que todos possam recuperar sua saúde. 



Top 10 - Curiosidades sobre a Origem da Filosofia


A Filosofia, como conhecemos, teve origem na Grécia Antiga como resultado de uma intensa mudança de pensamento.
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A Filosofia, como conhecemos, teve origem na Grécia Antiga como resultado de uma intensa mudança de pensamento. Desde o seu surgimento, em Mileto no século VI a.C., e do aparecimento da palavra “filosofia”, que Cícero e Diógenes atribuem a Pitágoras, muitos filósofos tentaram responder à pergunta sobre o que é a Filosofia. Além desse trabalho de investigação constante acerca da natureza da Filosofia, há também uma diversidade de temas e de preocupações que os filósofos tentam responder.
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Vejamos abaixo dez tópicos fundamentais para saber sobre a origem da Filosofia:

1) Embora tenha havido expressões de conhecimento no Oriente e na África, a maior parte dos historiadores considera que a Filosofia entendida como um conhecimento racional e sistemático tenha se iniciado na Grécia. A defesa parte da própria natureza dos conhecimentos produzidos até então, ainda ligados de alguma forma ao saber religioso. Essa defesa, no entanto, tem sido recentemente contestada.
2) A Grécia Antiga era formada por um conjunto de cidades-Estado (pólis) independentes que podiam ser, em alguns casos, até mesmo rivais entre si.
3) Mesmo que a Grécia não fosse uma unidade em termos de território e de pensamento, há algumas condições que propiciaram que fosse ali o surgimento da filosofia: a poesia, a religião e a política.
4) Um longo processo, determinado por esses fatores, promoveu uma mudança na mentalidade grega. A religião grega, tanto a pública, como aquela referida como “a religião dos mistérios”, era não dogmática e permitia que os filósofos expressassem suas ideias. A poesia, buscava uma causa nos acontecimentos narrados e isso denota uma preocupação em compreender a realidade. A política, que se desenhava a partir daquilo que viria a se chamar democracia, dependia do discurso e da explicação racional das ideias. O comércio, que se desenvolvia, permitiu tanto o contato com outras formas de pensamento, como também propiciou a invenção do alfabeto, da escrita alfabética e do calendário, de forma que começou a moldar na mentalidade do homem uma maior capacidade de abstração.
5) A partir do final do século VII a.C., os homens e as mulheres não se satisfaziam mais com uma explicação mítica da realidade. O processo de transformação e de criação envolvido no desenvolvimento de técnicas levou ao questionamento a respeito do universo, se ele também não respondia a um processo semelhante. Por isso, alguns historiadores da Filosofia, como Marilena Chauí e Maria Lúcia Aranha, concordam que é entre o final do século VII a.C. e o século VI a.C. que surge a Filosofia.
6) É em Mileto, situado na Jônia (atual Turquia), no século VI a.C. que nasce Tales que, para a Aristóteles, é o iniciador do pensamento filosófico que se distingue do mito. No entanto, o pensamento mítico, embora sem a função de explicar a realidade, ainda ecoa em obras filosóficas, como as de Platão, dos neoplatônicos e dos pitagóricos.
7) A autoria da palavra “filosofia” foi atribuída pela tradição a Pitágoras. As duas principais fontes sobre isso são Cícero e Diógenes Laércio. Ambos fazem uma narrativa parecida: Pitágoras teria sido interpelado pelo tirano de Fliunte sobre o nome de sua atividade ao que ele respondeu “filósofo”, isto é, amigo da sabedoria (junção das palavras gregas “philo” e “sophia”), pois, para ele, apenas os deuses poderiam ser realmente sábios.
8) A fonte na qual Cícero se baseia para escrever sobre Pitágoras é Heráclides Pontico, discípulo de Platão, mas que era também influenciado pelos pitagóricos. No entanto, não se sabe da veracidade a respeito dessa informação. Como nota Ferrater Mora que também observa que não é possível saber se “filósofo” para Pitágoras significa o mesmo que significaria para Platão ou Aristóteles.
9) No momento em que se começa a praticar a filosofia como atividade, a Grécia também testemunha o aparecimento dos sofistas. Os sofistas não se trata de uma escola filosófica, eram professores itinerantes que ensinavam jovens, mediante pagamento, a arte da oratória.
10) Para a história da filosofia ocidental, o filósofo Sócrates tem grande importância. A forma como ele entendia a atividade de filosofar e a sua investigação a respeito do humano apresenta uma inovação em relação aos outros filósofos, entre eles Tales e Pitágoras, que ainda tinham como centro de seus pensamentos a preocupação a respeito da origem do universo e outras questões relativas à natureza. Por isso, esses filósofos são chamados de “pré-socráticos”. Os filósofos gregos que vieram depois de Sócrates, e alguns foram mesmo seus alunos, como Platão, são chamados de “pós-socráticos”.


quinta-feira, 19 de março de 2020

O que podemos aprender com a história de Alice no País das Maravilhas?


Alice no País das Maravilhas tem vários recados a dar ao mundo, mas vamos a três delas apenas:

Bom…

Em um momento da história, Alice conversa e pergunta para lagarta:

“Como eu posso crescer?”

Então, a Lagarta respondeu:

“Alice, coma o cogumelo! porém, um lado do cogumelo serve para crescer e outro lado serve para diminuir!”

Alice olha para o cogumelo e não vê nenhuma marcação no cogumelo. E então, Alice, pergunta, novamente:

“Como sei que um lado cresce e de outro diminui?”

E assim a lagarta se mandou! Alice então estende os braços, tira um pedaço de cogumelo de um lado e tira de outro, e ela percebe que de um lado crescia e de outro diminuía.

Mas, o que isto tem a ver conosco? Quem é o cogumelo?

O cogumelo representa o MUNDO! O mundo sem DEFINIÇÕES, sem MARCAÇÕES.

O cogumelo não tem marcação de lados, portanto, diante de um mundo sem definições, Alice, DÁ UMA DEFINIÇÃO PARA O MUNDO E VIVE DE ACORDO COM A DEFINIÇÃO QUE ELA DEU. Esta passagem do cogumelo mostra que ele não tem demarcações, sinais que apontam uma direção, uma flecha que diz que aumenta e diminui, o cogumelo é neutro, portanto, cabe a Alice construir as convicções e viver de acordo com elas.

O mundo não está pronto objetivamente, não há nada no mundo em si que o defina! mas somos nós que definimos o mundo, já que não há critérios que digam o que é certo ou errado no mundo, pois quem constrói os critério sé cada um dos seres humanos.

Portanto, o cogumelo Mundo, mostra que não existe uma caixinha mágica dizendo por onde ir, não há critérios objetivos pra julgar a realidade ou critérios morais objetivos pra dizer se isto é bom! Não há nada natural, na natureza não tem nenhum recado mágico, nenhum mosquito poderoso pra dizer no nosso ouvido o que fazemos e por onde devemos ir. Enfim, como não tem essa direção, Alice definiu o que ia viver.

Outra passagem da história que me chamou a atenção é o diálogo entre o Gato e Alice, aliás, o Gato se expõe de ser o ÚNICO SER CONSCIENTE daquele mundo, então, o Gato é o único ser que sabe quem ele é!

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Tem uma cena em que o Gato está parado numa árvore, e então, Alice, pergunta:

“Para onde devo ir?”

Gato responde:

“Eu não sei! depende: pra onde você quer ir? Se você não sabe qual lugar onde você vai, pra qualquer lugar você pode ir. Por este lado você encontra a lebre de março e por outro l.ado você encontra o chapeleiro, os dois são loucos!”

Alice responde:

“Mas eu não quero achar gente louca!”

O Gato responde:

“Você não pode evitar! todos aqui somos loucos!”

Quer dizer: Não há um fundamento racional ou lógico na construção que fazemos do mundo, a construção que fazemos do mundo é arbitrário e racional.

Numa outra passagem Alice encontra a rainha de copas e num certo momento convida-a para jogar croquetes. Elas começam a jogar, mas Alice, percebe que quando ela vai bater na bolinha, percebe que o taco era um flamenco e quando bate o taco, desobedece, e sai da direção da bolinha. Já a bolinha era um bicho (furão), mas quando vai entrar no buraco, ele muda de direção e isto acontece com as argolas, também. E então, Alice percebe que todos estes bichos não tem comportamento igual com todos, no fundo o jogo todo era organizado para a rainha de copas vencer e assim o jogo acaba sendo injusto, a rainha tem privilégios no jogo que lhe dará a vitória, mas por que ela tem estes privilégios? Por que ela é a dona do jogo! a poderosa! a dominante do jogo! ela tem o poder de cortar as cabeças! Como ela tem poder, então define o jogo, mas SÓ ALICE PERCEBE QUE O JOGO ERA INJUSTO.

O que podemos aprender com isto?

O jogo de croquetes é apenas uma representação do que acontece na realidade, ele é uma miniatura do que acontece na vida cotidiana, pois o mundo que vivemos é um grande jogo! Ele tem regras, instituições, alvos, mas a nossa sociedade não é justa com todos os jogadores. E nós temos a ilusão que estamos submetidos as mesmas regras, somos iguais, mas no fundo os dominantes da sociedade controlam o conhecimento, as instituições, que manterão seus filhos como dominantes do jogo.


Ataraxia: Ausência de pertubação. Isso é possível? ( 9º ANO )


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O termo grego ataraxía, introduzido por Demócrito (c. 460-370 a.C.), significa tranquilidade da alma, ausência de perturbação. É um conceito fundamental da filosofia epicurista e dos céticos, e pode traduzir-se como imperturbabilidade, ausência de inquietação ou serenidade do espírito.

Ataraxia é a disposição do espírito que busca o equilíbrio emocional mediante a diminuição da intensidade das paixões e dos desejos e o fortalecimento das almas face às adversidades. A ataraxia caracteriza-se pela tranquilidade sem perturbação, pela paz interior, pelo equilíbrio e moderação na escolha dos prazeres sensíveis e espirituais. A ataraxia está muito próxima da apatia proposta pelos estoicos, na medida em que ambas caracterizam estados anímicos que contribuem para o alcance da felicidade através da disciplina da vontade para moderar os desejos e para aprender a aceitar os males voluntariamente. Ambas promovem a liberdade face às paixões, aos desejos, às coações, às circunstâncias e, mesmo, ao destino.
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Distingue-se da apatia pela forma como promove a felicidade. Enquanto esta procura eliminar as paixões e desejos, a ataraxia tenta criar forças anímicas para enfrentar a dor e as adversidades. A ataraxia implica saber aceitar as situações e conviver com elas, ponderando o sentido e a utilidade dos prazeres e do que possivelmente magoa.

A ataraxia surge, muitas vezes, complementada pela aponia, que se traduz por ausência de dor, ausência de esforço como sofrimento. Segundo Epicuro, a felicidade alcança-se com a ataraxia, que proporciona um prazer estável, e deve ser acompanhada pela aponia, ou seja pela ausência de dor física.

Referencia: ataraxia (filosofia) in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. [consult. 2020-03-19 13:14:31]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/$ataraxia-(filosofia)

ÉTICA: Relação entre Liberdade e Responsabilidade ( 8º A / B )


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A diferença entre moral e ética e as relações entre ética, liberdade e responsabilidade pautam uma extensa discussão filosófica.
O que é ética? Qual é a diferença entre ética e moralidade?

Nós, humanos, não vivemos sozinhos. Há uma infinidade de relações que estabelecemos o tempo todo – com a nossa família, com os nossos vizinhos, com os nossos amigos, com colegas de escola e trabalho, entre outras. Todos nós somos singulares: temos vontades, pensamentos e modos de expressão diferentes. Foi para possibilitar a vida em comum, ou seja, a vida ao lado das outras pessoas, e para garantir que todas elas possam agir que, ao longo dos anos, apareceu a noção de ética.

Nas conversas diárias, muitas vezes falamos de “ética” e “moral” como se fossem palavras sinônimas. Embora tenham, originalmente, um sentido parecido, é possível diferenciá-las. A palavra “moralidade” vem do latim mos, mor- e significa costumes. Nós vivemos em uma sociedade que tem normas estabelecidas do que é certo e do que é errado.

Temos, por exemplo, a norma moral de respeitar a propriedade privada: se a respeitamos, estamos agindo de forma “moral”; se não a respeitamos, ou seja, se roubamos ou depredamos a casa de uma pessoa, estamos agindo de forma “imoral”. Da mesma forma, se determinada cultura considera que as pessoas devem vestir-se de algum modo, a pessoa que se veste de acordo está agindo de forma “moral”; se não, está agindo de forma “imoral”. Assim, podemos entender que a moral é um conjunto de normas ou valores por meio do qual as pessoas guiam seu comportamento. Segundo esses valores, suas ações são julgadas.

As normas morais variam, a depender da cultura e do período histórico, e também podem ser questionadas e destituídas. Por muitos anos, no Brasil, por exemplo, as mulheres não puderam votar. Enquanto elas obedeciam silenciosamente, respeitavam a moral da época. À medida que as mulheres questionaram a moral, isto é, os motivos pelos quais elas não podiam exercer o direito ao voto, elas promoveram um debate “ético”. Atualmente, as mulheres não apenas podem votar, como também exercer cargos políticos, ou seja, houve uma mudança de concepção de moralidade.

A palavra “ética” vem do grego éthikos e significa modos de ser. A ética pode ser entendida como a reflexão sobre o comportamento moral. Se existir um país onde usar guarda-chuva seja considerado imoral, compete à ética pensar sobre a origem dessa norma e quais os pontos negativos de não usar guarda-chuva, por exemplo. A ética, portanto, analisa os fatos morais a partir das noções de bem e mal, de justo e de injusto. Ela não diz a forma como as pessoas devem comportar-se, e sim pretende elaborar princípios de vida para orientar as ações humanas.

Ética, liberdade e responsabilidade

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A palavra responsabilidade, em seu sentido original, deriva do verbo latino respondere, responder. Quando falamos que alguém é responsável ou tem responsabilidade sobre alguma coisa, significa que essa pessoa tem condições de pensar sobre seus atos.

Quando uma pessoa tem condições de pensar sobre seus atos, tanto os do passado quanto os do presente, ela pode escolher a forma como agir no futuro. Sobre isso dizemos que a pessoa tem liberdade. Mas os filósofos não chegam a um consenso a respeito da liberdade humana.

Dentro da discussão filosófica, há pensadores que discutem a liberdade humana em relação à presciência divina, como Boécio; há pensadores que discutem a liberdade humana em relação às determinações biológica e histórica, como Helvetius; há os que discutem a liberdade humana acima das determinações, como Sartre; e aqueles que analisam a relação entre a liberdade e o determinismo a partir do entendimento do ser humano como livre e determinado ao mesmo tempo, como Espinosa.

Liberdade e Determinismo
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Para Helvetius e outros deterministas, a liberdade seria uma espécie de ilusão, pois há um aspecto biológico do qual não se pode escapar e, sobretudo, um aspecto jurídico. Veja o que ele diz:

“Os homens não são maus, mas submissos aos seus interesses... Portanto, não é da maldade dos homens que é preciso se queixar, mas da ignorância dos legisladores que sempre colocam o interesse particular em oposição ao geral. […] Até hoje, as mais belas máximas morais não conseguem traduzir nenhuma mudança nos costumes das nações. Qual é a causa? É que os vícios de um povo estão, se ouso falar, escondidos no fundo de sua legislação.”*

Vamos analisar o que ele diz:

1) Ele diz que os homens buscam seus interesses, mas isso não significa que eles sejam maus;

2) Para limitar os interesses humanos particulares, ou seja, aqueles que beneficiam apenas um grupo pequeno ou muito restrito, é preciso haver leis que prefiram os interesses gerais.

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3) Se isso não acontece, não haverá uma mudança nos costumes, pois as leis continuarão a permitir que os erros aconteçam.

Helvetius fala de “vício”, que também é uma noção importante para o estudo da ética. A noção de vício opõe-se à noção de virtude, que deriva do latim virtus (força ou qualidade essencial). Quando falamos de virtude ética, falamos de uma qualidade essencial: a prática constante do bem. O bem, nesse sentido, pode ser entendido como ter responsabilidade pelas ações livres. Quando a liberdade é usada pelo homem sem essa responsabilidade moral, falamos em vício.

Assim, se a fidelidade é uma virtude, a infidelidade é um vício. Sobre esse vício, especificamente, Helvetius salienta:

“Na Nova Orleans, as princesas podem, quando elas se cansam de seus maridos, repudiá-los para se casarem com outros. Neste lugar, não encontramos mulheres falsas, porque elas não têm nenhum interesse em ser falsas”.*

Para Helvetius, em vez de falarmos de virtude ou vício da pessoa individualmente, deveríamos falar sobre a virtude ou vício da legislação.

O ser humano é sempre livre

Os pensadores que defendem que o ser humano é sempre livre sabem que existem determinações externas e internas, fatores sociais e subjetivos, mas a liberdade de decidir sobre suas escolhas é superior à força dessas determinações. Um exemplo que poderia ser dado para entendermos essa noção seria a de dois irmãos que têm a mesma origem social, mas um se torna criminoso e o outro não.

Vejamos o que o filósofo francês Jean-Paul Sartre disse sobre isso:

“... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas.

É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo o que fizer.”**

Analisando o que Sartre escreveu, entendemos que, para ele:

1) Não há determinismo, logo o homem é livre para decidir.

2) Se é livre para decidir, não há desculpas ou justificativas para as ações do homem. Ele só age de tal modo quando quer agir assim.

3) Por ser livre, o homem é responsável por tudo o que faz.

O ser humano é livre e determinado ao mesmo tempo

Entre os pensadores que defendem a relação entre liberdade e determinismo, estão o holandês Espinosa e os alemães Marx e Engels. Segundo eles, não há uma exclusão entre as ideias de liberdade e de determinismo. Se há fatores objetivos que limitam a liberdade humana, como as leis, as normais, a situação social, é possível que, pela ação, esses limites sejam expandidos. Para isso, precisamos conhecer os determinismos e, quanto maior for o nosso conhecimento a respeito deles, maior será o nosso poder de ação sobre eles.

Vejamos o que o filósofo Karl Marx disse sobre isso:

“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem como circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.”***

Para concluir

Até aqui vimos o seguinte:

1) As normas morais variam a depender da cultura e do período histórico.

2) Temos responsabilidade pelas nossas ações.

3) Para alguns filósofos, temos a liberdade de agir.

Nós, desde a infância, aprendemos diversos valores morais que dependem do nosso contexto sociopolítico. A partir desses valores, criamos uma noção do que é uma ação moralmente correta ou moralmente incorreta. Ao passo que refletimos sobre a nossa realidade e percebemos que somos afetados por ela, podemos reafirmar os valores que aprendemos ou contestá-los. Assim, nós podemos também transformar a percepção dos valores e ter a legitimação dessa nova percepção de toda a sociedade. Não nos faltam exemplos no decorrer da história: a abolição da escravatura, por exemplo, fez com que a sociedade passasse a ver as pessoas negras como pessoas com igualdade de direitos e que, portanto, não podiam constituir-se como propriedade privada de outra pessoa.
Referencia: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/etica.htm
*MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A sagrada família: ou a crítica da Crítica contra Bruno Bauer e consortes. Trad. Marcelo Backes. São Paulo: Boitempo, 2003, p. 130
** SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 09
*** MARX, Karl; O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329

Feliz Ano Novo!

 É hora de receber o  Ano Novo  com alegria e esperança no coração. De deixar o ruim no passado, e abraçar o futuro com otimismo. Vamos faze...