Autoestima é uma avaliação
positiva ou negativa que uma pessoa faz de si mesma em algum grau a partir de
emoções, ações, crenças, comportamentos ou qualquer outro tipo de conhecimento
de si próprio.
A autoestima ou
valor dado a cada pessoa por si mesma é fundamental para o bem-estar mental e
físico de qualquer pessoa, já que a aceitação de si mesmo se reflete em cada
aspecto da vida.
Desde que nascemos, nossa vida
nos determina condições para sermos estimados. Só seremos bem tratados e
cuidados se formos obedientes, se sentarmos direito, se nos alimentarmos como
desejam, se estudarmos, trabalharmos, se temos sucesso pessoal e profissional.
Entretanto, segundo a escola humanista da psicologia de Rogers:
“Todo ser humano, sem
exceção, pelo mero fato do ser, é digno do respeito incondicional dos demais e
de si mesmo; merece estimar-se a si mesmo e que se lhe estime.”
O que é autoestima?
Na visão da psicanálise,
a autoestima está relacionada diretamente
ao desenvolvimento do ego. Sigmund Freud utilizava
a palavra alemã Selbstgefühl, especificando dois significados: consciência de
uma pessoa a respeito de si mesma (sentimento de si), e vivência do próprio
valor a respeito de um sistema de ideais (sentimento de estima de si). Este
“sentimento de estima de si” que descreve Freud é a autoestima.
Assim, a percepção de nós
mesmos a partir de nossos modos de agir e pensar é o que gera sentimentos
de inferioridade ou superioridade, autocrítica,
autocensura, narcisismo ou egoísmo. Todas essas características influenciam
diretamente em nossas experiências, no bem-estar e na nossa qualidade de vida.
Os pilares da autoestima
Potreck-Rose e G. Jacob (2006)
propõem uma abordagem psicoterapêutica para baixa autoestima
baseada no que elas chamam de “os quatro pilares da autoestima”. Esses pilares
são:
1. Autoaceitação
Uma postura positiva com
relação a si mesmo como pessoa. Isso inclui elementos como estar satisfeito e
de acordo consigo mesmo, respeito a si próprio, ser “um consigo
mesmo” e se sentir em casa no próprio corpo;
2. Autoconfiança
Diz respeito a uma postura
positiva com relação às próprias capacidades e desempenho. Inclui as convicções
de saber e conseguir fazer alguma coisa, de fazê-lo bem, de conseguir alcançar
alguma coisa, de suportar as dificuldades e de poder prescindir de algo;
3. Competência social
É a experiência de ser capaz
de fazer contatos. Isso inclui saber lidar com
outras pessoas, sentir-se capaz de lidar com situações difíceis, ter reações
flexíveis, conseguir sentir a ressonância social dos próprios atos, saber
regular a distância-proximidade com outras pessoas;
4. Rede social
Ou seja, estar ligado a uma
rede de relacionamentos positivos. Isso inclui
uma relação satisfatória com o parceiro e com a família, ter amigos, poder
contar com eles e estar à disposição deles, ser importante para outras pessoas.
Assim, os dois primeiros
pilares representam a dimensão intrapessoal da autoestima, os dois outros sua
dimensão interpessoal. O
tratamento consiste em diferentes exercícios que têm por fim capacitar a pessoa
a realizar cada um desses passos dos diferentes pilares.
Mas antes de se começar o
trabalho no primeiro pilar, há um trabalho preparatório dedicado à formação
do amor-próprio ou cuidado consigo mesmo
(em alemão, Selbstzuwendung), que se desenvolve em três passos:
- tornar-se atento e consciente das
próprias emoções,
sentimentos, sensações, necessidades corporais e psíquicas;
- relacionar-se respeitosa e amorosamente
consigo mesmo;
- cuidar de si.
Os exercícios incluem técnicas
de relaxamento, mindfulness,
técnicas para lidar com o crítico interno e de se tornar consciente das partes
positivas de si, e muitas técnicas de reestruturação cognitiva e de auto
reforço, típicas da terapia cognitivo-comportamental.
Como melhorar a autoestima?
Pessoas que possuem alta
autoestima costumam ser mais fortes, resistir a situações adversas por
acreditarem mais em seu próprio potencial de mente e ação. Mas como praticar
uma boa autoestima? Aqui vão 10 atitudes que podem te ajudar.
1. Elimine a culpa
Um dos principais motivos para
uma baixa autoestima é o sentimento constante de culpa. Seja por não estar fazendo algo ou por
aquilo que foi feito, é muito comum segurarmos a sensação de que somos culpados
pela vida que estamos levando.
Contudo, procure eliminar esse
sentimento, abraçando cada vez mais a leveza de sermos seres livres e que, se
estamos agindo de forma danosa para nós ou para o outro, a
oportunidade de mudança está presente a cada novo segundo.
2. Não se compare com os
outros
O mundo em que vivemos é
sustentado pela competitividade. Isso nos faz acreditar que nosso próprio
sucesso pessoal ou profissional só será alcançado quando superarmos o de outras
pessoas. Deixe as comparações todas de lado.
Dessa forma, cada ser é tão
único, complexo, cheio de experiências, dores e felicidades como
você. A alegria de uma pessoa não é a mesma da outra, assim como o sofrimento.
Quando se trata da vida, não existe base de comparação: faça o que te faz
bem.
3. Não generalize suas
experiências
Não é porque você cometeu um
erro no passado que agora irá cometê-lo novamente. Os conceitos que criaram
para nós ou que nós mesmos criamos não podem nos aprisionar. Assim,
podemos nos movimentar o tempo todo e visualizar as situações dessa forma ajuda
para que esse movimento se torne mais natural, mais leve.
4. Confie em si mesmo
Não espere que os outros te
deem a motivação necessária para agir. Ou seja, encontre forças em si para
confiar nos seus movimentos e levar sua vida para onde você deseja. Assim, é
muito mais fácil conseguir alcançar seus objetivos quando sua mente já está
inclinada em acreditar no seu sucesso.
5. Seja mais compassivo com
seus erros
Não foi dessa vez? Não deixe
que um erro cometido seja razão para que você desanime. Assim, se você consegue
perdoar os outros, precisa conseguir perdoar a si mesmo também. Desenvolver
um olhar compassivo para suas atitudes vai
te fazer viver melhor.
6. Entenda o que funciona para
você
O que te faz se sentir mais
autoconfiante é praticar um exercício?
Aprender algo novo? Fazer alguma atividade em que você já tem domínio? Ter um
contato mais próximo com uma comunidade? Praticar a solidariedade? Assim, encontre o que
funciona para a sua situação e volte a isso sempre que sentir sua autoestima
diminuindo.
7. Seja sincero consigo mesmo
Da mesma forma que mentir para
os outros é prejudicial, mentir para nós mesmos também nos faz cair em
situações danosas. Por isso, seja sincero com suas dificuldades e facilidades.
Assim, abrace suas fraquezas e
suas forças, alimentando o equilíbrio da mente com relação à cada uma delas,
sem se entregar ao narcisismo e sem se abalar pela autocrítica excessiva.
8. Comece a agradecer
Ser grato tem a força de cultivar
melhores experiências. Quando notamos todo o bem que há ao nosso redor,
especialmente o bem que há dentro de nós e nas ações que fazemos no mundo,
somos mais felizes e conseguimos nos impulsionar para melhores atitudes.
9. Comemore suas vitórias
Certamente sua vida não foi só
feita a partir de erros. Só o fato de você existir e estar vivo já é uma
vitória para ser comemorada. Faça com que cada novo objetivo alcançado seja um
impulso positivo e contente, que te leve em direção de seu equilíbrio físico e mental.
10. Viva no presente
O mais importante ato de
crescimento da autoestima é viver no agora. Não importa o que já foi feito ou o
que irá acontecer, o que você pode fazer neste momento para ser mais confiante e se
alegrar mais por seu próprio ser? Viver no presente é o melhor presente que
você pode dar a si.
A autoestima é como uma flor
que precisa ser regada. Depois que você começa a fornecer água, ela cresce e se
espalha por toda a sua vida de forma positiva. Comece a alimentar esse cuidado
de si e perceba como tudo fica mais simples e bonito.