Diálogo em filosofia
representa, primeiro em Sócrates, e depois em Platão, o processo de busca da
verdade através de perguntas e respostas. Diálogos é de resto o nome da obra de
Platão, em que cada diálogo tem o nome do seu principal interlocutor.
Só o ser humano consegue
dialogar, o que faz do diálogo uma característica própria e única do ser
humano.
A capacidade de se dirigir e
de responder ao outro, como igual, estabelecendo assim uma relação, e o
comunicar com o outro através da linguagem permite o acesso ao pensamento e à
representação. O diálogo é a troca de ideias e é onde se formam também algumas
ideias.
O diálogo pressupõe a
reciprocidade existencial e esta pressupõe a diferença e a semelhança, já que é
devido à diferença que se pode enriquecer com a comunicação. O diálogo alarga
os horizontes da exigência do pensamento, pois para se responder e argumentar
as ideias tem de se fazer uso do raciocínio. Os Diálogos de Platão mostram o
processo de elaboração do pensamento, e a dialética não é mais do que a arte do
diálogo ou da discussão. As objeções de Sócrates obrigam o seu interlocutor a
procurar uma verdade que este pensava já possuir. Da opinião à verdade, do
particular ao universal, o diálogo é o próprio caminho da filosofia.
Segundo Platão, o pensamento é
o diálogo da alma consigo mesma.
A filosofia contemporânea e
especialmente a fenomenologia dão ao diálogo uma importância primordial, porque
ele é constitutivo de um mundo verdadeiramente humano, isto é, de um mundo
comum mas composto de diferenças.
Referência: diálogo
(filosofia) in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. [consult.
2020-03-19 13:06:33]. Disponível na Internet:
https://www.infopedia.pt/$dialogo-(filosofia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário