Anita Malfatti, pintora brasileira, nasceu em
2 de dezembro de 1889, em São Paulo. Aprendeu a pintar com a mãe. No entanto, a
artista estudou, em 1914, na Academia Imperial de Belas Artes, na Alemanha, e,
em 1915 e 1916, na Arts Students League of New York e na Independent School of
Art, nos Estados Unidos. Sua
primeira exposição individual ocorreu em 1914, em São Paulo, mas
a de 1917 é a mais famosa, devido à sua importância para o modernismo
brasileiro.
A artista participou
da Semana de Arte Moderna de 1922, evento artístico em
comemoração ao centenário da independência do Brasil e
responsável por divulgar as novas tendências da arte brasileira, isto é, o
modernismo, movimento que rompeu com a arte tradicional para criar uma arte
moderna, inovadora, independente e nacional. Assim, a criadora da tela O homem amarelo teve seu auge no
modernismo, mas, com a maturidade artística, optou por fazer uma arte mais
espontânea, com temática pautada na cultura popular, até a sua morte, em 6 de
novembro de 1964.
Biografia de Anita Malfatti
Anita Malfatti nasceu
em 2 de dezembro de 1889, em São Paulo. Sua mãe, Bety Malfatti
(1866-1952), foi quem lhe ensinou a pintar. No entanto, a jovem pintora possuía
uma atrofia no braço e na mão direita, e, em função disso, desenvolveu a
habilidade da mão esquerda, com a qual pintava. Suas primeiras pinturas
remanescentes datam do ano de 1909. No ano seguinte, a pintora mudou-se para a Alemanha,
onde permaneceu até 1914. Nesse país estudou na Academia Imperial de Belas Artes, além
de ter contato com o expressionismo.
Nos anos de 1915 e 1916, Anita Malfatti morou em Nova Iorque,
onde estudou na Arts Students League
of New York e na Independent School of Art. Apesar de sua
primeira exposição individual ter ocorrido em 1914, em São Paulo, a pintora só
ficou conhecida em 1917, devido a uma crítica negativa feita pelo escritor Monteiro Lobato (1882-1948).
De todo modo, a pintura modernista, da qual Anita Malfatti é considerada a
precursora, ganhou força com a realização da Semana de Arte Moderna de 1922.
Nessa época, ela fez
parte do Grupo
dos Cinco, um grupo de artistas composto por:
·
Tarsila do Amaral (1886-1973),
·
Mário de Andrade (1893-1945),
·
Oswald de Andrade (1890-1954)
·
Menotti del Picchia (1892-1988).
Em 1923 foi
estudar em Paris, e só voltou ao Brasil em 1928 para
ensinar desenho e pintura. A partir daí, a artista foi relativamente
afastando-se do modernismo.
A pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora Anita
Malfatti participou do Salão Revolucionário, da Sociedade Pró-Arte Moderna, do
Salão Paulista de Belas Artes e, em 1937, integrou-se à Família Artística
Paulista, além de tornar-se presidente
do Sindicato de Artistas Plásticos de São Paulo, em 1942.
Assim, a partir da década de 1940, a pintora passou a produzir uma pintura mais
centrada na cultura popular. Morreu em 6 de novembro de 1964, em São
Paulo.
Estilo artístico de Anita Malfatti
Anita Malfatti foi uma artista do modernismo brasileiro, estilo de época
inaugurado na Semana de Arte Moderna de 1922. Esse movimento realizou uma quebra com a arte tradicional,
isto é, a arte acadêmica, com o intuito de criar uma arte independente e
nacional. Dessa forma, o nacionalismo foi
uma das principais características do modernismo brasileiro, movimento que, a
princípio, esteve muito centrado no contexto urbano.
A exposição de Anita Malfatti, em 1917, é considerada, pelos
estudiosos, um dos principais acontecimentos artísticos que levaram à
realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Portanto,
a artista foi uma precursora, no Brasil, da “arte nova” ou arte
moderna, que teve seu auge entre os anos de 1922 e 1930,
período mais radical do movimento, a “fase de destruição”.
O modernismo
no Brasil sofreu influência das vanguardas europeias, isto é, de
movimentos como:
·
Cubismo
·
Dadaísmo
Principalmente nas artes plásticas, traços característicos
desses movimentos podem ser identificados. Assim, inicialmente, Anita
Malfatti, influenciada pelo
expressionismo, imprimiu, em suas obras, marcas dessa estética.
Nas obras desse seu período inicial, é possível observar
uma trabalho experimental com a luz,
no abandono da técnica tradicional do claro-escuro. A artista não se preocupou
com a representação fidedigna, isto é, naturalista, da realidade. Imagens
com contornos grossos e ondulantes também
podem ser identificadas. Além disso, a temática nacionalista fez-se presente, como
na obra Tropical, de 1917.
No entanto, ainda na década de 1920, Malfatti começou a
afastar-se do modernismo, sem, contudo, romper com o movimento. A pintora interessou-se pelo fauvismo, ou seja,
passou a utilizar cores mais intensas, caminhou para a temática regionalista, voltou a
dialogar com a pintura clássica e, por fim, buscou expressar-se de forma mais
original. No auge de seu amadurecimento, sua pintura atingiu a espontaneidade,
a independência em relação a movimentos estéticos, e passou a privilegiar temas
da cultura popular.
Semana de Arte Moderna
Em comemoração ao centenário
da independência do Brasil, jovens artistas brasileiros
decidiram fazer um evento
para apresentar as novas tendências da arte brasileira,
influenciada pelas vanguardas europeias. Assim, de 13 a 18 de fevereiro de
1922, ocorreu a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. Ali
foram realizadas exposições, conferências e concertos, com a presença de
artistas como:
·
Oswald de Andrade
·
Guilherme de Almeida
(1890-1969)
·
Menotti del Picchia
·
Mário de Andrade
·
Heitor Villa-Lobos
(1887-1959)
·
Anita Malfatti
A Semana foi inaugurada
em 13 de fevereiro de 1922, com a conferência do escritor Graça
Aranha (1868-1931). Na segunda noite, Ronald de Carvalho (1893-1935) leu o
poema Os sapos, de Manuel Bandeira (1886-1968).
O poema foi vaiado pela plateia, composta por membros da elite paulistana
acostumados à arte tradicional. Na terceira noite, Villa-Lobos apresentou-se de
chinelo, o que provocou a rejeição de parte do público. Além disso, a mídia
conservadora também atacou o novo movimento que surgia e que, a princípio, foi
confundido com o futurismo.
Durante a Semana de Arte Moderna, Anita Malfatti contribuiu com 20 trabalhos.
Entre eles estava sua obra O
homem amarelo. Fez parte, portanto, dos primórdios do modernismo
brasileiro. Suas pinturas estavam entre as 100 obras expostas no evento e
dividiram o espaço com os trabalhos dos seguintes artistas:
·
Di Cavalcanti (1897-1976)
·
Ferrignac (1892-1958)
·
John Graz (1891-1980)
·
Vicente do Rego
Monteiro (1899-1970)
·
Zina Aita (1900-1967)
·
Yan de Almeida Prado
(1898-1991)
·
Antonio Paim Vieira
(1895-1988)
Por Warley Souza
Professor de Literatura
Fonte: https://m.brasilescola.uol.com.br/artes/anita-malfatti.htm