segunda-feira, 31 de maio de 2021

Corpus Christi - História de fé

 


Nesta próxima quinta-feira, celebraremos a solenidade de “Corpus Christi”. A palavra “Corpus Christi”, vem da língua latina e tem como significado: Corpo de Cristo. É uma festa que celebra a presença real de Cristo na Eucaristia. É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte de Pentecostes. É uma festa de preceito, isto é, devemos participar da celebração da Missa neste dia. A procissão pelas vias públicas atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (Cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, “para testemunhar publicamente a veneração para com Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo de Sangue de Cristo”. É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (Cân. 395 SS3). Em muitas cidades é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas cidades históricas, que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.

 A origem da solenidade do Corpo e sangue de Cristo remonta ao século XIII. Esta solenidade litúrgica foi Instituída pelo Papa Urbano IV(1262-1264), através da bula “transiturus”, de 11 de Agosto de 1264, para ser celebrada na Quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, que acontece  no domingo depois de Pentecostes. Urbano IV, antes de ser escolhido Papa, foi Cônego de Liége (Bélgica) e se chamava Tiago Pantaleão de Troyes, o mesmo que recebeu o segredo das visões da Freira Juliana de Liége, que pedia uma festa da Santa Eucaristia no calendário litúrgico. Esta solenidade entra no calendário litúrgico da Igreja para evidenciar e enfatizar a presença real do Senhor Jesus no pão e no cálice consagrados.

Conta à história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, muito piedoso e zeloso pastoralmente, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença real de Cristo no pão consagrado. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa missa, foi novamente acometido pela dúvida. Na hora da consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: A sagrada hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal (paninho branco no qual é colocado as sagradas espécies consagradas), o sanguíneo (Paninho de limpar o cálice) e a toalha do altar. Por solicitação do Papa Urbano IV, os objetos milagrosos foram para Orviedo em solene procissão. Esta foi a primeira procissão com sinais da Eucaristia. Em 11 de Agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo Católico o preceito de uma festa solene em honra do corpo e sangue do Senhor.

As revelações particulares são importantes pois atualizam na história as grandes verdades da fé já reveladas e que necessitam de um incremento em um certo momento da história. Era importante que nesse século e a partir desse tempo pudéssemos fazer a grande “marcha com Jesus” em nossas cidades levando a Eucaristia solenemente fazendo memória da instituição da mesma que celebramos na quinta feira da semana santa.

         A festa de “Corpus Christi”, é um convite para uma meditação sobre o valor e a importância da Eucaristia em nossa vida. A Eucaristia é um dos sete Sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o meu Corpo… Isto é o meu Sangue… fazei isto em memória de mim” (Mt 26,26). Assim, vemos que quem pediu que nós ao longo dos tempos e da história celebrássemos a Eucaristia foi o próprio Cristo. A Igreja Católica cumpre este mandato até hoje, para perpetuar a presença salvadora de Jesus na história.   O texto bíblico mais evidente e claro sobre a doutrina da Eucaristia é o capítulo 6 de São João. Todo ele é um discurso Eucarístico de Jesus que disse “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). A Eucaristia é a realização da promessa de Jesus que disse: “Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos”(Mt 28).

Santo Tomás de Aquino afirmou: “Nenhum outro sacramento é mais salutar do que a eucaristia. Pois, nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais. A Eucaristia é o memorial perene da paixão de Cristo, o cumprimento perfeito das figuras da antiga aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou” que a Eucaristia constitui o maior milagre realizado por Jesus neste mundo. A celebração de Corpus Christi consta de uma Missa, procissão e adoração ao santíssimo Sacramento. O destaque maior neste dia é a procissão com o Santíssimo, a qual recorda a caminhada do povo de Deus, como um povo peregrino neste mundo. No antigo testamento o povo foi alimentado pelo Maná, no deserto. Hoje, é alimentado com o próprio corpo e sangue de Cristo.

  Jesus, Pão do céu e médico celeste que cura e liberta todos aqueles que o buscam. Só ele é capaz de preencher os nossos vazios existenciais e plenificar nossa vida. Façamos parte do seu discipulado! A vida cristã consiste em viver em Jesus Cristo, com Jesus Cristo e por Jesus Cristo neste mundo, ou seja, fazer da vida uma Eucaristia para os irmãos, como Fez o Senhor Jesus.  Que o Senhor Jesus, visibilizado pelo dom celestial da Eucaristia, abençoe nossas famílias.

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Fonte: https://www.cnbb.org.br/corpus-christi-6/

 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Conteúdo da Avaliação de Filosofia – 2° Bimestre



 6° Anos – Olhares diferentes

·       Olhar para fora e apara dentro – pág. 3 a 7

 

7° Anos – Descobrir o que sabemos

·       Ideias sobre a verdade – pág. 3 a 9

 

8° Anos – Decidir sobre ideias

·       Você pensa por si mesmo? – pág. 3 a 7

 

9° Ano – Viver em busca do bem

·       Navegar é preciso... – pág. 3 a 5

·       ...Viver não é preciso – pág. 6 e 7

 

“O lucro do nosso estudo é tornarmo-nos melhores e mais sábios.”

(Michel de Montaigne)

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Joana d'Arc, Heroína francesa

 


Biografia de Joana d'Arc

Joana d'Arc (1412-1431) foi uma heroína francesa da Guerra dos Cem Anos, travada entre a França e a Inglaterra. Foi beatificada em 1920 e hoje é a Santa Padroeira da França.

Joana d'Arc nasceu no vilarejo de Domrémy, na região de Borrois, França, no dia 6 de janeiro de 1412. Filha dos camponeses Jacques d'Arc e Isabelle Romée tinha três irmãos e uma irmã.

Infância

Joana d’Arc não aprendeu a ler nem escrever. Ajudava o pai no trabalho na terra e na criação de carneiros. Foi criada seguindo os princípios da fé católica e com 12 anos teve sua primeira revelação divina que dizia: "Ides e tudo será feito segundo as vossas ordens."

Por onde ela andasse a voz a acompanhava, ordenando, sugerindo e encorajando: "É preciso expulsar os ingleses da França." Afirmou ainda ter visto o arcanjo São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, que apareceram numa grande luz e cujas vozes ela também ouvira.

Contexto histórico

A história de Joana d’Arc é parte da história de uma guerra que durou cem anos, entre a França e a Inglaterra, a partir de 1337. Os ingleses obtiveram uma vitória decisiva e em 1415 foi assinado o Tratado em Troyes.

Segundo o tratado, metade da França passava para o domínio de Henrique V, rei da Inglaterra, ficando a metade francesa sob o governo de Carlos VI.

Morrendo Carlos VI, foi coroado rei da França, o filho de Henrique V, um inglês, mas para os franceses o rei mesmo era Carlos VII, filho do falecido monarca.

Joana d’Arc à frente do Exército

Joana d’Arc acreditando na voz e na ordem que ouvia, em 1429, saiu de sua aldeia e dirigiu-se à corte de Carlos VII, que fora nominado "rei de Bourges", em alusão às reduzidas proporções de seus domínios.

Joana d’Arc foi recebida pelo capitão Robert de Baudricourt, que convencido pela jovem, a levou para o castelo de Chinon, onde estava o rei. Joana foi interrogada por bispos e cardeis e convencera a todos.

Carlos VII ao saber do caso, decidiu por Joana à prova. Na hora da entrevista, vestiu outras roupas e fez um de seus ministros sentar-se no trono. Joana entra, atravessa todo o salão e para diante do verdadeiro rei e diz:

“Em nome de Deus, sois vós o rei! Se fizeres como vou ordenar, os ingleses serão expulsos e vós sereis reconhecido por todos como rei da França.”

Joana ganha confiança de Carlos VII, que lhe entrega o comando de um pequeno exército para socorrer Orléans, então sitiada pelos ingleses. Chegando à cidade, Joana intimou o inimigo a render-se:

“Voltai a vosso país. Deus assim o quer! O reino da França não vos cabe, mas a Carlos! Eu sou uma enviada de Deus e minha tarefa é expulsar-vos daqui! Deus me dará a força necessária para repelir vossos ataques!”

Os soldados ingleses não deram importância e Joana ordenou ao exército que atacasse. Após três dias de luta, os ingleses recuaram, Orléans estava livre.

Logo a seguir, Reims caia na mão dos franceses. Carlos VII agora reconhecido legítimo rei da França, foi coroado no dia 17 de julho de 1429, na catedral de Reims.

Prisão e morte

Em maio de 1430, Joana retoma a campanha militar e tenta libertar a cidade de Compiègne, perto de Paris, que estava dominada pelos borgonheses, aliados dos ingleses.

Na batalha, Joana é presa e entregue aos ingleses, com o objetivo de levá-la para que fosse julgada pela Santa Inquisição, o mais elevado tribunal da Igreja na França.

O tribunal reuniu-se pela primeira vez em fevereiro de 1431, com a presença do Bispo, um partidário do Duque de Borgonha, aliado à Inglaterra.

Seu julgamento foi uma verdadeira tortura, acusada de herege e feiticeira, depois de meses de julgamento, Joana foi condenada à fogueira por heresia.

Joana d’Arc foi queimada viva na Praça do Mercado Vermelho, em Rouen, no dia 30 de maio de 1431.

Depois de 15 anos, o papa Calixto III manda publicar o evidente erro do tribunal e a inocência de Joana d’Arc, que é reabilitada de todas as acusações e torna-se a primeira heroína da nação francesa.

Em 1909, Joana é beatificada por Pio X e canonizada por Bento XV, no dia 16 de maio de 1920, Hoje. Joana d'Arc é a Santa Padroeira da França.

Fonte: https://www.ebiografia.com/joana_darc/#:~:text=Joana%20d'Arc%20(1412%2D,6%20de%20janeiro%20de%201412.

domingo, 16 de maio de 2021

TRADIÇÃO ORAL E A PRESERVAÇÃO DE CULTURAS

 


A forma mais antiga de se conhecer histórias é através da oralidade, a história ouvida pela sua avó, cuja sua bisavó contou-lhe e que hoje sua mãe lhe conta. Talvez não tenha nenhum registro escrito, você não irá até sua estante pegar um diário e ler em voz alta as histórias de centenas de anos atrás, mas nem por isso você deixará de conhecer e encantar-se por aqueles mitos, contos, ritos e ensinamentos. Talvez, naquela época sua bisavó sequer soubesse escrever, mas não é por isso que lhe faltavam as palavras e, não por isso sua história não era ouvida e repassada por gerações. A verdade é que, para conhecermos uma história não precisamos da letra (escrita), mas sim da palavra (falada). Maria Joaquina da Silva, ou Dona Fiota, disse isso durante um seminário sobre línguas faladas no Brasil, realizado em Brasília em 2006. Dona Fiota, como é conhecida, vive em Tabatinga, uma área quilombola em Minas Gerais e, o discurso em questão foi feito em Gira de Tabatinga, uma língua afro-brasileira que costumava ser falada nas senzalas de fazendas do interior de Minas Gerais. Essa era uma das maneiras que os escravos da região tinham de se comunicar sem que os senhores de engenho pudessem entender.

A tradição oral tem a função de preservar histórias, de garantir às novas gerações indígenas ou afro-brasileiras o conhecimento de seus antepassados. Para muitos grupos a oralidade é a única forma de resgatar e preservar sua ancestralidade. Hoje, mais de um milhão de brasileiros não possuem o português como sua língua materna. Temos mais de 200 línguas em nosso território, onde muitas são indígenas e não possuem qualquer tradição escrita. Essas línguas aos poucos vêm se perdendo. A cada ano a preservação pelas novas gerações tem se tornado um desafio maior. Atualmente, milhares de brasileiros com ancestrais afro-brasileiros e indígenas desconhecem sua própria história ou acreditam não ter uma de fato.

Quando nossas histórias não estão em livros, quando os únicos momentos em que escutamos falar de nossos ancestrais em nossas escolas são quando: “Os europeus chegaram ao Brasil e…”, “Milhares foram mortos…” ou “Tantos foram escravizados…” é compreensível acreditarmos que nós não carregamos uma história para além de genocídios e sofrimentos, pensamos que nossos ancestrais não têm nada a nos ensinar… Mas eles têm e já vem nos ensinando há muito tempo, não apenas para nós (afro-brasileiros e indígenas) mas para toda uma sociedade. O conhecimento e práticas religiosas, o uso de plantas medicinais, o cultivo do alimento, combate às pragas, as danças, as histórias, a pesca, caça, tudo isso nos foi passado através da oralidade, não existem livros que nos expliquem como é a reza que nossa bisavó fazia ou o poder da planta que ela utilizava, mas nem por isso desconhecemos.

A tradição oral e seus ensinamentos são tão importantes e de tantas formas que, alguns estudos nos mostram não apenas sua necessidade no conhecimento cultural, mas também no aprendizado de diversas áreas, como por exemplo na agricultura:

“A mandioca foi domesticada pelos índios há quatro mil anos, segundo hipóteses dos arqueólogos.” (LATHRAP, 1970).

“Durante pelo menos quatro milênios através de experimentação genética, os índios vêm diversificando e enriquecendo a espécie. Só na região do Rio Uaupés (AM), entre os índios Tukano, foram identificados 137 cultivares diferentes de mandioca pela antropóloga Janet Charnella. A preservação, o controle e as técnicas de cultivo e extração do veneno da mandioca vêm sendo transmitidos eficazmente pelos horticultores indígenas através da tradição oral.” (CHERNELLA, 1986).

Quando pensamos nos povos afro-brasileiros, a preservação da tradição oral como forma de ligação com nossa ancestralidade tem papel fundamental, tendo em vista um país como o Brasil, onde mais de 50% da população é composta por negros. O reconhecimento de nossos ancestrais como um povo com riquezas culturais é necessário, é também uma forma de resistirmos e sobrevivermos. Esse resgate talvez seja o grande segredo para preservação da memória dos povos. Quando conhecemos a história de nossos ancestrais conseguimos sentir orgulho de nossa trajetória, orgulho de todas as lutas que traçamos para chegarmos aqui e, com esse orgulho e conhecimento nos tornamos agentes da memória, nos tornamos responsáveis por não deixar que esse conhecimento morra, somos responsáveis por transmiti-lo e mantê-lo vivo.

A tradição oral não se apresenta somente em formato de contos e mitos. Canções e rezas também fazem parte da preservação histórica de povos indígenas e afro-brasileiros. Quando pensamos em terreiros compreendemos a importância histórica que, por exemplo, rezadeiras e curandeiros possuem no resgate do poder da fé através da palavra. O conhecimento de vida e da natureza dessas pessoas, não só auxiliam os que lhe procuram com dores físicas, mas também psicologicamente e, essa cura deve ser valorizada, a cura pela palavra e pela fé, a cura milenar.

Nesse cenário, é incontestável o poder da palavra falada. É através da oralidade que povos constroem sua cultura, é através da palavra que um indivíduo se torna capaz de construir sua identidade cultural. Essa tradição tem como objetivo não só o repasse de histórias, mas também a construção cultural de um povo, a criação dentro de uma coletividade da importância de cada história, a importância das percepções individuais e repasse das mesmas, através da tradição oral é possível a construção dos povos de tempos em tempos e esses valores, a tradição do coletivo, a ancestralidade e a palavra não devem jamais deixar serem silenciados ou esquecidos.

Fonte: http://www.revistacapitolina.com.br/tradicao-oral-e-a-preservacao-de-culturas/

 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

O que é ética?

 



A ética é um ramo de estudo da Filosofia que busca a fundamentação e teorização dos aspectos morais da vida social e da vida individual, como a conduta e as ações.

A pergunta “o que é ética?” toca-nos constantemente, pois não raro vemos em noticiários e na mídia geral as pessoas falando sobre ética, como quando algum político faltou com a ética ao se envolver em um esquema de corrupção ou um empresário faltou com a ética ao cometer fraudes contra o sistema de arrecadação fiscal. Mas, afinal, o que é ética?

Podemos adiantar que a ética está ligada à ação das pessoas e é aquilo que define quais ações podem ser consideradas corretas ou incorretas, definindo o que é o certo e o errado. A Filosofia preocupou-se com os estudos de ética desde a Antiguidade, e a Sociologia pode utilizar-se dos conceitos filosóficos que envolvem a ética para entender melhor as relações sociais entre as pessoas.

A ética pretende racionalizar a moral e indicar aquilo que é certo e o que é errado em uma sociedade.

O que é ética e moral?

A palavra ética deriva do termo ethos, presente no idioma grego antigo. Ethos tem duas variantes: êthos (caráter) e éthos (costume). O termo moral deriva da tradução latina para o termo éthos, que virou moris. Em geral, ética e moral são bem parecidas. A moral consiste em um código de conduta, costumes morais e hábitos de um determinado local, enquanto a ética pretende ser a racionalização dessa moral.

moral é criada socialmente, enraíza-se nas sociedades por meio do hábito e da tradição e diz o que pode ou não ser feito. Já a ética dedica-se a refletir sobre as ações morais, determinando o que é certo ou errado, o que deve ser mantido como um processo moral legítimo e o que deve ser retirado desse processo, para a melhor convivência entre as pessoas de uma determinada sociedade. Para saber mais sobre o assunto, leia o texto específico: Diferença entre ética e moral.

O que é ser ético?

Ser ético é agir de acordo com a ética e com a moral. Nesse sentido, o que é moralmente correto é estabelecido por convenção de acordo com cada sociedade, pois o que é certo em algumas sociedades pode ser errado em outras. Em outras palavras, ser ético pode ser respeitar códigos de conduta.

Porém, por mais que existam códigos de conduta diferentes, alguns elementos devem ser sempre respeitados por alguém que pretenda agir eticamente, do contrário, cai-se no que chamamos de relativismo moral, isto é, aceitar qualquer prática, por mais que seja absurda, por entender que aquela prática está inserida em um contexto cultural e em um determinado código de conduta moral.

Exemplos de ética

Algumas situações cotidianas e corriqueiras podem ilustrar o que é agir de maneira ética, sendo elas mais simples ou mais complexas. Veja alguns exemplos:

  • Não obter benefício próprio por meio de ações incorretas, como furar uma fila no banco para ganhar mais tempo;
  • Não se apropriar da propriedade alheia, independentemente do valor em questão;
  • Não se utilizar de cargos públicos, políticos ou não, ou de cargos em empresas privadas para obter vantagem pessoal ilícita;
  • Respeitar a vida e a individualidade das pessoas.

Ética profissional

A ética profissional nada mais é que a aplicação das normas morais e de conduta social aprovadas em convenções sociais no campo das profissões. Todo profissional deve agir eticamente, respeitando o seu campo de trabalho, as normas de conduta da profissão, os colegas de trabalho e todas as pessoas que estão à sua volta.

Um médico, por exemplo, deve respeitar os códigos de conduta estabelecidos dentro do campo da medicina, bem como deve respeitar a vida e a individualidade dos seus pacientes. Do mesmo modo, um professor deve agir conforme aquilo que o dever docente estabelece, além de manter total respeito à individualidade e à pessoa do estudante. Um advogado deve agir de acordo com a ética para com o júri e para com o seu cliente, não utilizando estratégias ilícitas para defender seu cliente e nem desrespeitando o direito à defesa e ao sigilo do cliente.

 

Por Francisco Porfírio
Professor de Sociologia



Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/o-que-e-sociologia/o-que-e-etica.htm

 

domingo, 2 de maio de 2021

A origem da devoção mariana

 


A devoção mais antiga (século IX) é a da dedicação do sábado a Maria

O culto de Maria é tão antigo quanto a Igreja, remontando diretamente aos estímulos de louvor e de admiração a ela oferecidos pelo Novo Testamento.

Esse culto manifestou-se pouco a pouco ao longo dos séculos, segundo uma evolução especial. Nos primeiros séculos, estava inserido nas festas que celebravam os mistérios de Jesus Cristo, porque foi justamente d’Ele que Maria hauriu toda sua grandeza. Nisso não houve nenhuma preocupação de interpretação errada de tipo pagão, como às vezes se escreveu; era, ao contrário, cuidadosa atenção para não separar a proclamada obra da Mãe da do Filho.

Talvez tenham sido precisamente os pagãos, com Adriano, que tentaram sufocar o culto e a doutrina judeu-cristã sobre Maria já delineada em seus elementos fundamentais na primeira metade do século I. Maria esteve, portanto, presente no culto litúrgico da Igreja primitiva, até porque, como ensina a história, a teologia nasce da piedade e não ao contrário. Foram os títulos de “primeira entre os crentes” e de “testemunha privilegiada do mistério de Cristo” que justificaram e incrementaram o culto mariano.

Também o papel de intercessão junto ao Senhor, de advogada, como a define Ireneu, nasceu bem cedo. No final do século I e início do século II, alguns escritos apócrifos sobre Maria exerceram extraordinária influência não só sobre o culto e sobre a devoção popular, mas também sobre a pregação e sobre a arte religiosa. A devoção a Maria fundamentou-se, substancialmente, no modelo que ela ofereceu de vida de fé e de total abertura ao dom e à ação do Espírito Santo. Desde o século IV, Maria é louvada como magnífico modelo de vida virginal, entendida como sinônimo de santidade. Desde o século V, afirmou-se uma festa própria que celebrava a Mãe de Deus em união com o mistério da Encarnação do Verbo (por isso, a data da festa cai normalmente em dezembro, pouco antes do Natal).

No Oriente, os aspectos naturais de Nossa Senhora levaram, desde essa mesma época, a celebrar a festa da Natividade (8 de setembro), da Anunciação (25 de março), da Purificação (2 de fevereiro), da Assunção (15 de agosto), festas essas que entraram também nas liturgias ocidentais por obra do papa, de origem Síria, Sérgio I. Na Idade Média, difundiu-se no Ocidente uma particular piedade mariana que levou a substituir a Igreja por Maria. Isso a partir da constatação de que Maria permaneceu fiel a Jesus, mesmo durante os dias obscuros da paixão e morte, e somente ela, portanto, era a Igreja naqueles dias. Ela aparece como verdadeira mãe espiritual dos crentes, como a mãe de misericórdia e o socorro dos cristãos. Depois da escolástica, devido ao desenvolvimento da mariologia, foram celebradas as festas da Visitação (2 de julho), da Imaculada (8 de dezembro), da apresentação no Templo (21 de novembro).

Fatos particulares da cristandade pós-tridentina deram origem às festas do Rosário (7 de outubro) e do Nome de Maria (12 de outubro). Tornaram-se universais as festas que eram próprias de ordens religiosas, como a do Carmelo (16 de julho), de N. Sra. das Dores (15 de setembro), do Coração de Maria (22 de agosto) e várias outras que se originaram de devoções particulares, entre as quais a de Maria Rainha (31 de maio). A partir do século XI, desenvolveu-se entre os eclesiásticos, as pessoas religiosas e as confrarias o pequeno Ofício de Nossa Senhora, sempre presente nos livros das Horas. Nos séculos XVI e XVII, a piedade mariana assumiu às vezes formas aberrantes, especialmente na Itália, França e Espanha.

Foi atribuído a Maria em certo sentido o título de deusa e ela foi indicada como uma espécie de quarta pessoa da Trindade. Ao contrário, nos países atingidos pela Reforma tentou-se separar a Virgem de Cristo. De qualquer modo, os exageros do culto católico para com Nossa Senhora provocam nos protestantes um progressivo afastamento da piedade mariana. O culto a Nossa Senhora retoma fôlego em escala mundial na era contemporânea, sob o estímulo de eventos prodigiosos. São sobretudo as aparições de Maria em Paris na rue du Bac (1830), em La Salette (1846) e em Lourdes (1854) que voltam a dar-lhe vigor. O culto a Maria conhece um desenvolvimento tão forte também por reação à irrupção no cenário mundial de várias ideologias atéias, como o iluminismo, o liberalismo e o marxismo, bem como à difusão do modernismo. A teologia mariana do período padece, porém, de decadismo e de mediocridade.

Só no século XX é que surge um movimento mariano com objetivos e iniciativas elevados, denso de conteúdo teológico. As diversas Igrejas protestantes estão de acordo em reconhecer em Maria os três atributos de santa, virgem e mãe de Deus, atendo-se rigidamente às palavras da sagrada Escritura, sem deduzir delas outros privilégios. O culto prestado a Maria varia nas diversas Igrejas: em geral seu nome é lembrado nas orações a Deus enquanto mãe do Senhor; todavia, encontram-se também orações dirigidas diretamente a ela, mas somente por honra e louvor à mãe de Deus como modelo de fé e pelos benefícios com que foi gratificada por Deus. As devoções populares tiveram as mais válidas expressões na recitação do Angelus Domini, três vezes ao dia, bem como do santo rosário com a meditação dos quinze mistérios, no mês de maio. A devoção mais antiga (século IX) é a de dedicação do sábado a Maria e a que mais se divulgou foi a do canto das ladainhas de Nossa Senhora.

Testemunhas do culto e da devoção são as catedrais dedicadas a Nossa Senhora, sobretudo do século IX ao século XV, verdadeiras jóias da arquitetura, bem como um grande número de ícones, quadros, afrescos e estátuas. Essa devoção recebeu sempre incremento dos santuários marianos, nascidos às vezes no local das aparições de Nossa Senhora, como Caravaggio, Lourdes, Fátima, Guadalupe; às vezes por devoções particulares, como no Sagrado Monte de Varese e no de Varallo, em Loreto, em Pompéia, em Mariazell; ou também pela presença de imagens de Maria consideradas milagrosas, como em Jasna Gora, Tinos; ou ainda após lacrimações de imagens, de estátuas ou de baixo-relevos de Nossa Senhora, como em Siracusa. Esses santuários constituem local de contínuas peregrinações, lugares em que se manifesta com evidência a cada vez mais difundida piedade popular mariana. 

Fonte: https://comshalom.org/a-origem-da-devocao-mariana/

Feliz Ano Novo!

 É hora de receber o  Ano Novo  com alegria e esperança no coração. De deixar o ruim no passado, e abraçar o futuro com otimismo. Vamos faze...