A
Bíblia – O livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo
– desde as suas origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E,
como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A
necessidade de difundir seus ensinamentos, através dos tempos e entre os mais
variados povos, resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas.
Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.527
línguas diferentes (levantamento de dez/2010).
Os Originais
Os
originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das
Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia,
mas sim cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais,
como foram escritos por seus autores, se perderam. As traduções confiáveis das
Escrituras Sagradas baseiam-se nas melhores e mais antigas cópias que existem e
que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas.
Grego,
hebraico e aramaico. Esses foram os idiomas utilizados para escrever os
originais das Escrituras Sagradas.
Antigo
Testamento
A maior parte foi escrita em hebraico e alguns textos em aramaico.
Novo
Testamento
Foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.
Para
a tradução do Antigo Testamento, a SBB utiliza a Bíblia Stuttgartensia,
publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento, é utilizado
The Greek New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as
melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis
para tradutores.
Antigo
Testamento Hebraico
Muitos
séculos antes de Cristo, os escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do
povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com
Deus. Esses registros tinham grande significado e importância em suas vidas e,
por isso, foram copiados muitas vezes, e passados de geração em geração.
Com
o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas
por:
A Lei
Composta pelos livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Os
Profetas
Incluíam
os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué,
Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis.
As
Escrituras
Reuniam
o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de
Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2
Crônicas.
Esses
três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados
antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C.
Os
livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados
em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um
desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei frequentemente
fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico – da
direita para a esquerda – e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.
Hoje
se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do
Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o século II
a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em
Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna
próxima ao Mar Morto.
Novo
Testamento Grego
Os
primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das
cartas do Apóstolo Paulo, destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos
povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado. A formação desses grupos
marca o início da igreja cristã.
As
cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou
para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma,
começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande
circulação.
A
necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos
primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram
na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam,
passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e
manuscritos cristãos similares também começaram a circular.
O
mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de
papiro escrito no início do século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras
de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos
últimos 100 anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros
contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.
Outros
Manuscritos
Além
dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que
circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o
Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didaché (ou Ensinamento dos Doze
Apóstolos).
Durante
muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma
geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos
manuscritos eram realmente autorizados. Entretanto, gradualmente o julgamento
das igrejas, orientado pelo Espírito de Deus, reuniu a coleção das Escrituras
que constituíam um relato mais fiel sobre a vida e ensinamentos de Jesus. No
Século IV d.C. foi estabelecido entre os concílios das igrejas um acordo comum,
e o Novo Testamento foi constituído.
Os
dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos
naquela ocasião – o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois
inestimáveis manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em grego. Ao todo
são aproximadamente 20 manuscritos do Novo Testamento escritos nos
primeiros cinco séculos.
Quando
Constantino proclamou e impôs o cristianismo como única religião oficial no
Império Romano, no final do Século IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla por
boas cópias de livros do Novo Testamento. É possível que o grande historiador
Eusébio de Cesareia (263–340) tenha conseguido demonstrar ao imperador o quanto
os livros dos cristãos já estavam danificados e usados, porque o imperador
encomendou 50 cópias para igrejas de Constantinopla. Provavelmente, esta tenha
sido a primeira vez que o Antigo e o Novo Testamentos foram apresentados em um
único volume, agora denominado Bíblia.
A
primeira tradução
Estima-se
que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de Cristo.
Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo
Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que
viviam no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com
o cativeiro da Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o
hebraico.
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