segunda-feira, 21 de setembro de 2020

A vida como um problema filosófico?

 


O sentido ou a definição da vida constituem argumentos filosóficos, sobre o propósito e o significado da existência humana.

Era 1882, e o escritor de origem russa chamado Liev Tolstói escreveu o livro “Confissão”. Nessa obra, há uma determinada passagem que conta a história de um jovem que, fugindo de uma fera, entra em um poço para se esconder. Quando está lá dentro, percebe que existe um dragão com a boca aberta, esperando para devorá-lo. Como o jovem não podia sair, por causa da fera lá fora, agarrou um galho que estava crescendo dentro do poço, para não cair e ser devorado pelo dragão. Mas, ao mesmo tempo, sabia que não poderia segurar por muito tempo, pois se cansaria e provavelmente soltaria o galho… logo ele percebeu que dois camundongos, um branco e outro negro, estavam roendo o galho no qual estava se segurando. Ele observou que estavam escorrendo algumas gotas de mel das folhas, e se esticou para lambê-las.

Tolstói apresenta a vida humana como ela é, e como nos agarramos a alguma coisa ou a alguém, mas um dia não será possível segurá-la, e então virá a morte.

Os camundongos que aparecem na história fazem uma comparação com a ação do tempo, o passar dos dias e das noites, que aproxima o ser humano cada vez mais com o momento final de sua vida.

As opiniões relacionadas ao sentido da vida são muitas, como podemos observar ao longo da história.

Na Antiguidade o sentido da vida consistia na Eudaimonia   , ou seja, na felicidade.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   Para Epicuro (século 4 a.C.), o sentido da vida estava na busca pelo prazer.

Nessa corrente de pensamento, cada ação do indivíduo é feita pela busca de prazeres imediatos. Para que isso ocorra, a pessoa deve agir com justiça, discernimento e gentileza no cotidiano.

Um lembrete para o leitor, o sentido de prazer para o epicurismo é completamente distinto do sentido atual, prazer significa levar uma vida calma e tranquila.

Para o alemão Schopenhauer, a vida é uma constante mudança entre dor, proveniente da necessidade e do desejo de obter algo ou alguém, e do tédio frequentemente, nesse sentido: “A vida humana transcorre, portanto, toda inteira entre o querer e o conquistar de algo”.

Para Aristóteles, a finalidade da vida é encontrar a Felicidade, o filósofo considerava que ela só seria alcançada num estado de completa apatia, ou seja, num estado de indiferença sobre tudo aquilo que nos rodeia.

Aristóteles acreditava que a vida humana é a busca por algo possível, pois a noção de felicidade é uma noção humana, sendo alcançada e obtida pela razão, a razão que visa um fim.

Algumas perguntas devem aparecer, como qual o sentido da vida? Ou como isso poderia me ajudar?

Posso te ajudar com a seguinte indagação: A vida tem uma finalidade última, qual o valor da nossa vida? Vale a pena viver?

Mesmo assim, a reflexão profunda a esse respeito e suas respostas podem ser conflitantes.

Este artigo é um convite para reflexões e sobre como devemos assumir um posicionamento pessoal sobre essa questão.

 

Escrito por Jonathan Gomes de Brito

Fonte: eusemfronteiras.com.br/a-vida-como-um-problema-filosofico/

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