O
Carnaval, nos países cristãos, é comemorado 47 dias antes do dia da Páscoa, mas
está relacionado também com antigos rituais pagãos.
A comemoração
do Carnaval está subordinada, nos países cristãos, à data da Páscoa. O
cristianismo, desde suas origens, passou a articular os dias do ano a um
calendário litúrgico, isto é, a um quadro de datas especiais que se orienta de
acordo com a crença na Encarnação Redentora de Cristo. A Páscoa é considerada a
data mais importante, já que é tida como o dia da Ressurreição. O Concílio de Niceia
(325 d.C.) determinou que o dia da Páscoa seria celebrado em todo domingo
que se segue à primeira lua cheia após o equinócio de
primavera do Hemisfério Norte, podendo ocorrer, portanto, entre os dias 22 de
março e 25 de abril.
O
período de preparação para o evento da Páscoa é conhecido, dentro da tradição
litúrgica, como quaresma — simbolizando os quarenta dias que Cristo
passou no deserto — e ocorre entre a quarta-feira de cinzas e
o domingo de ramos (uma semana antes da Páscoa). A terça-feira de carnaval ocorre
sempre antes da quarta-feira de cinzas, portanto, 47 dias antes da Páscoa.
Esse
ajustamento da data do carnaval à data da Páscoa também revela um cuidado que a
Igreja Cristã primitiva teve em se impor sobre as festas pagãs da civilização
greco-romana. O termo Carnaval provém do latim carnis levale, que
significa “abandono da carne”, privação dos prazeres da carne, já que o tempo
da quaresma objetiva exatamente esse tipo de comportamento. No período próximo
do equinócio de primavera, tanto na Grécia quanto em Roma, havia o culto
a Dionísio (Baco, para os romanos), deus do vinho e do
prazer.
Na
medida em que a Europa foi se formando ao longo dos séculos que compuseram o
período da Idade Média, o Carnaval foi se transformando em uma festa com
características cada vez mais particulares. Ainda no período medieval, o
Carnaval tornou-se uma alegoria da inversão de papeis sociais, “o rico
converte-se em pobre”, “o homem, em mulher”, “o nobre, em plebeu”, e
vice-versa.
Foi por
intermédio da colonização portuguesa que o Carnaval
chegou ao Brasil. Mas no caso brasileiro, as festas do Carnaval
assumiram feições muito peculiares de acordo com a região do país. No Nordeste,
em especial Pernambuco e Bahia, os blocos de rua e a mistura de ritmos
regionais é patente. Já no Rio de Janeiro, a tradição do samba, das escolas e
blocos organizados dá o tom das festas.
Por Me. Cláudio Fernandes
Por Me. Cláudio Fernandes
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