Descartes visualizou a filosofia como uma árvore onde a metafísica são as
raízes, a física é o tronco e as outras ciências são os galhos. Percebia desta
forma o conhecimento como uma unidade, todos os saberes estão interligados. A
filosofia é também algo útil na vida cotidiana das pessoas, a árvore filosófica
dá frutos que são colhidos através das ciências práticas representadas pelos
galhos. O principal objetivo da filosofia não é a teorização abstrata, ela tem
que ser útil para a vida, ela serve para tornar os homens senhores da natureza.
A filosofia deve ser um instrumento para melhorar a vida dos homens. Basta
pensar corretamente para agir corretamente.
Ele
busca um ponto de partida sobre o qual possa fundar sua filosofia, busca uma
verdade que não possa ser questionada como tal, um princípio que possa
lhe dar uma certeza inquestionável. Assim pensando ele cria a dúvida metódica,
a partir do qual ele duvida de tudo, inclusive da própria existência e de todas
as percepções dos seus sentidos. Todas as minhas sensações podem estar me
enganando, como me engano quando sonho e acredito que o sonho é realidade.
Até
as verdades matemáticas podem nos enganar, pois podem ser ilusões criadas por
um demônio, com o objetivo de me levar ao erro no agir, falar ou pensar.
E
é justamente no grau máximo da dúvida que Descartes encontra a sua primeira
verdade inquestionável, enquanto duvido de tudo não posso duvidar que esteja
duvidando, eu sou algo que duvida, sou algo que pensa na dúvida, sou algo que
existe por pensar, se penso, logo existo.
Na
sequência o filósofo busca fundamentar outras verdades através da verdade da
existência por pensar. Nosso pensamento é imperfeito, mas somente pode ter sido
criado por um ser perfeito que é Deus. Deus sendo perfeito não pode querer nos
enganar em relação às nossas sensações e se as nossas sensações também são
verdadeiras, o mundo exterior existe e é conforme nós o sentimos e intuímos.
Descartes
cria um método para bem conduzir nossos pensamentos. Para alcançar a verdade
devemos seguir os seguintes princípios: Princípio da evidência, não admitir
algo como verdadeiro se não tivermos evidências suficientes para considerar
como tal. Princípio da análise, dividir os problemas em tantas partes quanto
forem possíveis para que melhor possam ser resolvidos. Princípio da síntese,
estabelecer uma ordem de relação entre nossos pensamentos, solucionando
primeiro as questões mais simples e depois as mais complexas. E o princípio de
controle, fazer constantes revisões de todo processo para ter certeza de que
nada foi omitido.
São
também verdades nossas ideias inatas, como as matemáticas, pois nos foram dadas
por Deus. E é no método matemático que ele vai fundamentar a ciência para
conhecer e modificar o mundo. O mundo é uma variação de formas, tamanhos e
movimentos da matéria e essas variações podem ser quantificadas e entendidas
pela matemática através também da geometria.
Descartes
divide matéria de pensamento, para ele o pensamento, ou a substância pensante
independe e é separada da matéria. A nossa consciência individual é separada do
corpo e continua a existir mesmo sem o corpo. Nós somos um marinheiro navegando
no mundo através do nosso corpo que é o navio, mas estamos ligados ao corpo de
uma forma estreita, formando um todo com ele. A relação entre nossa consciência
e nosso corpo se dá através da glândula pineal, que é a sede da nossa alma.
Corpo a alma assim se misturam, mas não ao ponto que não seja possível
distinguir uma da outra. Nesta relação podemos diferenciar algumas operações
que pertencem somente ao corpo e outras que são específicas da alma. A alma
busca o conhecimento da verdade, o corpo é responsável pelas sensações.
Sentenças:
- Penso, logo existo.
- O bom senso é a coisa mais bem
dividida no mundo: todos pensam ter em abundância.
- Além do nosso pensamento, nada está
realmente sobre nosso controle.
- Conquiste você mesmo, não o mundo.
- A dúvida é a origem da sabedoria
- Nada vem do nada.
- As melhores mentes podem ter as maiores virtudes ou os maiores vícios.
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