O Dia do Folclore é celebrado
em 22 de agosto, pois foi nesse dia que o termo “folklore” foi inventado pelo
estudioso William John Thoms.
Criação do termo folklore por
William John Thoms
O folclore é
comumente entendido como um conjunto de práticas e saberes de determinado povo,
que é transmitido de geração para geração. Essa definição está correta, mas
quando observamos a história da origem do termo “folklore”, ela fica
ainda mais precisa.
Folclore é uma palavra que
deriva do termo inglês folklore, que une os radicais “folk”,
que significa povo, e “lore”, que significa instrução, aprendizado,
sabedoria. Nesse sentido, folclore pode ser entendido literalmente como
sabedoria popular. Quem criou esse termo foi o arqueólogo William John Thoms,
quando enviou uma carta ao periódico inglês Athenaeum,
em 22 de agosto de 1846, na qual sugeria que todo o conjunto de
tradições ou “antiguidades” populares poderia ser definido pela palavra
“folklore”.
Os estudos sobre folclore têm
como objeto: festas (como as festas juninas no
Brasil e a festa do dia de São Patrício, na Irlanda), comidas
típicas, lendas, contos e cantos populares, sincretismo religioso e
religiosidade popular, além das diversas superstições e crendices associadas a
esse conjunto.
Dia do Folclore, 22 de agosto
A carta de John Thoms em pouco
tempo popularizou-se e o termo “folklore” tornou-se usual em grande parte do
mundo ocidental pelos estudiosos de cultura popular. Partindo disso, muitas
nações elegeram o dia 22 de agosto (data da carta de Thoms) como o dia oficial
do folclore.
O Folclore no Brasil
No Brasil, o dia do folclore
foi oficializado em 1965 por meio de um decreto federal. Tal oficialização
ocorreu em virtude da grande massa de estudos sobre cultura popular que já
havia no país desde o século XIX. Entre os estudiosos desse tema, destacaram-se
nomes como o de Mário de Andrade e de Câmara Cascudo.
Em 1951, foi realizado o I
Congresso Brasileiro de Folclore, no qual foi elaborada a Carta
do Folclore Brasileiro, um documento que foi (e continua sendo) de suma
importância para o desenvolvimento das pesquisas sobre a cultura popular
brasileira. Tal carta trazia em seu conteúdo tanto o reconhecimento do estudo
folclórico quanto uma definição particular dele, como podemos ver abaixo:
“[O documento] … reconhece
o estudo do Folclore como integrante das ciências antropológicas e culturais,
condena o preconceito de só considerar como folclórico o fato espiritual e
aconselha o estudo da vida popular em toda sua plenitude, quer no aspecto
material, quer no aspecto espiritual”.
“Constituem o fato
folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela
tradição popular e pela imitação e que não sejam diretamente influenciadas
pelos círculos eruditos e instituições que se dedicam ou à renovação e
conservação do patrimônio científico e artístico humanos ou à fixação de uma
orientação religiosa e filosófica.”
“São também reconhecidas
como idôneas as observações levadas a efeito sobre a realidade folclórica, sem
o fundamento tradicional, bastando que sejam respeitadas as características de
fato de aceitação coletiva, anônima ou não, e essencialmente popular”.
Entre as principais lendas,
superstições e festas populares do Brasil, temos: Saci-pererê, Curupira,
Iara, Bumba meu boi (que também é celebrado em festa), Lobisomem, Mula
sem cabeça, Carnaval, frevo e maracatu rural, o forró, a catira, a quadrilha, e
por aí vai. Frequentemente podemos encontrar nessas lendas
resquícios de mitologias europeias, asiáticas e africanas. Práticas como a de
“benzer” um doente, de “fechar o corpo” contra males e outras variações disso
também estão dentro do universo folclórico brasileiro e remetem também a
tradições populares de outros continentes.
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-folclore.htm
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