O Evangelho de Lucas é o que
mais apresenta a figura de Míriam (em nossa língua: Maria) como participante
dos mistérios de Cristo.
O evangelista quer mostrar em
Maria um perfeito modelo de vida cristã ou uma preocupação de querer dizer às
comunidades nascentes que em Maria, se antecipa a vocação da Igreja e de cada
cristão em relação à revelação divina dada em Jesus Cristo.
Maria é sempre apresentada
como uma presença discreta, preocupada somente com a compreensão e a realização
da vontade do Pai, a partir dos acontecimentos na vida de Jesus, segundo nos
permite dizer o evangelista: “Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos
esses acontecimentos em seu coração”. (Lc 2, 19). Assim, como não se pode falar
de Jesus, sem falar de sua mãe, Maria de Nazaré; assim, não se pode falar da
verdadeira Igreja de Cristo, sem tomar em consideração o amor e a devoção com
que, desde o começo, o povo de Deus invoca Nossa Senhora; assim, não podemos
deixar falar do papel de Maria Santíssima em nossa vida de Cristãos.
A VIDA DE MARIA DE NAZARÉ
É bom lembrarmos um pouco a
vida de Maria. Na simplicidade dos fatos narrados no Evangelho, é revelada a
nós a humanidade e, ao mesmo tempo, toda a grandeza de Nossa Senhora:
O chamado de Deus e o “Sim” de
Maria (Lc 1, 26-38);
Maria visita e ajuda sua prima
Isabel (Lc 1, 39-56);
Maria e o nascimento de Jesus
(Lc 2, 1-20), (Mt 1, 18-25), (Mt 2, 13-23);
Maria, José e o menino Jesus
vão ao Templo (Lc 2, 21-51);
Maria e Jesus na festa de
Casamento em Cana da Galiléia (Jo 2, 1-12);
Maria aos pés da cruz (Jo 19,
25-27);
Maria no Cenáculo com a Igreja
de seu filho (At 1, 12-14);
MARIA É A MÃE DA IGREJA
“Eis aí tua Mãe.”: a Igreja
sempre acreditou que estas palavras-testamento de Jesus do alto da cruz ao
apóstolo e evangelista João, são para todos os discípulos de Jesus, de todos os
tempos. Assim, desde o começo, os cristãos amam, veneram e a invocam como Mãe.
A mãe de Jesus, verdadeiramente, é mãe do povo de Deus, Mãe da Igreja! A
concepção virginal de Maria é um sinal de caráter gratuito da redenção. Esta se
deve não à vontade da carne, nem à vontade do homem, mas a gratuita e livre
iniciativa de Deus. O que a Igreja Católica Apostólica Romana crê acerca de
Maria funda-se no que ela acredita a respeito de Cristo, o que a fé ensina
sobre Maria é iluminada por sua fé em Cristo. E não há dúvida: o povo de Deus
ama Nossa Senhora! Foi o amor e a devoção a ela, que, durante séculos,
sustentou a fé de nosso povo, também onde não existia quase nenhuma presença
Pastoral. Ela foi preservada de toda a mancha do pecado original no primeiro
instante de sua conceição (Imaculada Conceição). Ela permaneceu sempre virgem
(Virgindade Perpétua) durante o nascimento de Jesus e durante toda a sua vida
terrena. “A Imaculada Mãe de Deus, sempre virgem Maria, terminado o curso de
sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma...” (Assunção ao
Céu).
Ela não teve outros filhos,
pois qual seria o significado de Jesus entregá-la à João, o discípulo mais
amado, aos pés da cruz? Jesus estava indo para a casa do Pai e José já havia
morrido, logo, Maria ficaria sozinha. Se tivesse outros filhos, Jesus não
poderia fazer isso.
Foi o carinho para com a Mãe
de Deus, que fez com que o povo inventasse para ela uma porção de nomes e imagens
correspondentes. Cada nome é uma prova da certeza do povo de que Maria está
presente em todos os momentos de sua vida; ou é uma lembrança dos lugares de
maior devoção Mariana: N.sra. de Lourdes, de Fátima, de Guadalupe, etc. No
Brasil, o povo escolheu como forma predileta de venerá-la, o nome de N.sra.
Aparecida. A profecia da moça de Nazaré (“todas as gerações hão de me chamar de
bem-aventurada”) tornou-se realidade! Como os apóstolos que nos dias, que
antecederam ao dia de Pentecostes, reuniram-se com Maria. Queremos que Maria esteja junto da gente.
Precisamos dela: como mãe e companheira de Caminhada